segunda-feira, 30 de julho de 2007

MARCONI ENTRE NÓS

Passaram no dia 21 de Julho passado 70 exactos anos sobre a morte, no ano de 1937, do físico e inventor italiano Guglielmo Marconi (nascido em Bolonha em 24 de Abril de 1874), Prémio Nobel da Física em 1909. A ele se deve a generalização e a comercialização da telegrafia sem fios (TSF), embora a descoberta das ondas de rádio se deva ao alemão Heinrich Hertz e a primeira patente sobre a TSF se deva ao físico norte-americano de origem croata Nikola Tesla.

Ao contrário de Einstein, que passou em Portugal despercebido em 1925 (já depois do seu prémio Nobel de 1921), Marconi foi recebido em Portugal com todas as honras e por três vezes: em 1912, em 1920 e em 1929. Da primeira vez celebrou um contrato com o governo português, que não viria a ser cumprido da parte deste. Da segunda vez, veio a Sintra, a bordo do seu iate-laboratório, e foi recebido pelo Ministro da Marinha. Da terceira vez visitou a Companhia Portuguesa Rádio Marconi, que tinha sido fundada em 1925 (e que foi incorporada na Portugal Telecom em 1995).


A foto seguinte, extraída deste sítio, ilustra a visita de 1912, na qual foi recebido pelo Presidente da República Bernardino Machado, ele próprio um cientista.


Da segunda vez, veio a Sintra, a bordo do seu iate-laboratório, e foi recebido pelo Ministro da Marinha. Sobre a visita de 1912, transcreve-se deste sítio a notícia da "Ilustração Portuguesa", que está no cimo deste post:

“Visitantes Ilustres” - “Marconi e sua familia visita Lisboa”

Foto 1:

“O «yacht» italiano «Electra» em que viaja Marconi.”

“Marconi, o sabio ilustre que todo o mundo admira, chegou a Lisb
oa, onde veiu pela primeira vez, a bordo do explendido “yacht Electra”. Acompanhavam-no sua esposa e filha e foi recebido com as honras que o prestigio do seu nome tem direito. Marconi é o descobridor da telegrafia sem fios e é por isso um dos nomes que a humanidade deve escrever em letras d’oiro. Quantas vidas salvas, que inenarráveis serviços o seu invento tem prestado? Pois o sabio Ilustre veiu até Portugal e visitou Cintra a bela, tão bela que lord Byron que tudo achava detestavel não teve malquerenças para ela. O sr. ministro da Marinha ofereceu-lhe no hotel Costa um almoço e o sr. ministro de Italia um banquete no Avenida Palace. Marconi achou delicioso o nosso paiz e a bordo do seu “yacht” saíu o nosso porto com destino a Gibraltar, d’onde seguirá para Sevilha.”

Foto 2:
“O celebre inventor Guglielmo Marconi. – Marconi e a sua filha na escadaria do Paço de Cintra.”
p.311


Fonte: Ilustração Portugueza, nº741, 3-5-1920, p.311-312.

Da terceira vez que Marconi nos visita, a situação em Portugal era de ditadura militar (Salazar era ministro das Finanças). Marconi tinha entrado no Partido Fascista Italiano em 1923, tendo servido o regime de Mussolini à frente da Academia de Itália. No final da sua vida, exigia ser tratado por "Sua Excelência o Senador Marquês Guglielmo Marconi, presidente da Real Academia de Itália, Membro do Grande Conselho Fascista."

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